segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Quem é Nepomuceno?

Há alguns dias atrás o Professor Joaquim postou um comentário em nosso blog.Porém este post veio com uma pulga de curiosidade... ele dizia:

"...e Vocês descobriram o Nepomuceno!Fico feliz com a descoberta, gostei do artigo escolhido e do comentário postado"

Ficamos intrigadas e pensantes: o que este Nepomuceno faz e quem é realmente para causar um comentário como este?
E por isso, eis a descoberta e eis mais um de seus artigos!

BOA LEITURA!

Quem é?

Carlos Nepomuceno é jornalista e coordenador da Pontonet (www.pontonet.com.br) - primeira empresa de consultoria em Internet do país - com mais de 200 projetos realizados na Web, a maioria como desenvolvedor de sites e sistemas.

Escreve há oito anos para jornais impressos e na rede, com artigos sobre o mundo digital, replicados gratuitamente em mais de 70 sites na Internet e assinadas por 10 mil assinantes.

Cursou a graduação na PUC-RJ, o mestrado em Ciência da Informação na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ/IBICT/CNPq e fez especialização em Informação no Ciberespaço, na Internet Society, em Honolulu, Havaí.
Hoje, é consultor de tecnologia para o Sebrae, Petrobras e IBAM, com projetos em Implantação de Tecnologia e Comunidades Virtuais. E professor do curso de Inteligência Coletiva do MBA de Gestão de Conhecimento do CRIE/UFRJ/Coppe.

Artigo

Em qual versão da web está sua instituição?
07/09/07

A integração entre os softwares de gestão de conteúdo e os novos softwares de gestão de comunidades é o principal desafio da web, que aparece aqui e ali nos projetos mais avançados. (Versão 2.0 deste artigo sem nenhuma referência a Web 2.0, Web 1.0, ou similares para facilitar o entendimento e a discussão, com algumas modificações em relação à versão anterior, atendendo a sugestões de leitores e mantendo os comentários originais).

A integração entre os softwares de gestão de conteúdo e os novos softwares de gestão de comunidades é o principal desafio das redes sociais eletrônicas, que aparece aqui e ali nos projetos mais avançados.

Recebo o e-mail de um visitante do site do Instituto de Inteligência Coletiva (ICO), do qual sou coordenador e que tem como missão difundir o conhecimento em rede na sociedade brasileira.
Ele escreve: “Vocês falam em Inteligência Coletiva, mas o site de vocês de coletivo não tem nada!”

Realmente o site é caretinha, sem interação e respondo: “Você tem razão, aguarde mais um pouco que teremos novidades!”

A justa cobrança me fez pensar um pouco nas várias etapas que todos nós teremos que passar na internet agora, finalmente, sem gelo e colaborativa.
Note que o ICO já tem a consciência fase colaborativa da Internet, mas não alterou o modo de ser por falta de ferramenta. Essa é a realidade que o mercado está se dando conta. Quando montamos o site pensamos em uma ferramenta de gestão de conteúdo interativa, mas abortamos a idéia.

Decretamos:
“Ou vai ser totalmente colaborativo, encadeando blogs e comunidades, ou é melhor fazer em html, até que a nossa ferramenta livre, o Icox, permita algo assim.”
Já podemos, entretanto, por todo os projetos que estamos acompanhando fazer uma primeira tabela das versões (ou etapas) da internet e ajudar para que você se enquadre. Importante: não estamos criando isso em cima de teorias, mas do que tem sido visto em mais de dez projetos que monitoramos de perto:

Fase pré-colaboração
A instituição ainda considera que internet é uma lista de pedidos de informações de usuários para os quais não tenho condições de responder a contento.

Fase pós-colaboração, sem visão
A instituição ouviu falar de colaboração, abriu espaço de participação mais ativa, mas não tem a nova cultura. O usuário começa a colaborar, mas sob vigilância e - algumas vezes - censura, e vê logo que é algo vazio (necessariamente nem todos precisam ou passam por isso);
Assumindo a fase colaborativa. A instituição olhou para os lados, para os concorrentes, para problemas internos e resolveu se abrir para uma nova cultura.
Não sabe exatamente para onde tem que ir, mas sabe que tem que mudar.

Primeiros projetos colaborativos
A instituição inicia projetos experimentais, mantendo a sua estrutura original, mas criando ambientes colaborativos em locais separados e começa a vivenciar as primeiras experiências colaborativas sem interferência antes, mas com monitoramento qualitativo posterior (e passa a aprender com isso).

Integrando o não colaborativo com o colaborativo
Começa o projeto de integração da presença não colaborativa com os ambientes colaborativos, levando tudo para um mesmo ambiente. O problema aqui tem sido ferramenta, já que não temos nada assim no mercado. As novas já colaborativas não têm gestão de conteúdo. E estas não têm colaboração.

Fase final de integração
Será a chegada das ferramentas de integração plena, onde não haverá diferença entre o espaço institucional, as comunidades, os blogs, a internet e a intranet. Tudo estará em um ambiente integrado, colaborativo, separado por filtros do que pode ser lido dentro e fora. E o que pode ou não ter comentários (ver mais detalhes abaixo).

Colaboração plena
Aprofundar esses ambientes, tanto em termos de metodologia de relação com a comunidade como aprimorar as ferramentas, criando conceitos totalmente novos, a partir dessa nova sinergia, preparando o terreno para a fase pós-colaboração, na qual os robôs de comunidades terão um papel fundamental.

Assim, posso dizer que o projeto Icox e o ICO estão vivendo o processo de integração dos dois mundos. Começamos a discutir publicamente a integração do conteúdo com a comunidade. (Para ver e comentar é preciso ainda ter cadastro no Icox de referência do projeto.) A idéia desse novo módulo do Icox é criar um ambiente institucional dentro da colaboração.
Nele, o administrador vai definir quais blogs, quais comunidades podem editar quais áreas do bloco institucional, que terá áreas e sub-áreas próprias.

Posso dizer, por exemplo, que a parte sobre notícias internacionais do site institucional terá como responsável a comunidade Icox_no_exterior. E as notícias sobre instalação do produto, pela comunidade dos administradores.

Assim, quando uma comunidade ou um usuário publicar algo, ao mesmo tempo, terá uma opção de incluir também na área institucional de forma integrada e transparente. No blog, por exemplo, vai se poder comentar, mas na parte institucional, por algum motivo, a critério de cada caso, não.

A integração entre os softwares de gestão de conteúdo e os novos de gestão de comunidades é o principal desafio da atual fase colaborativa da Web, que aparece aqui e ali nos projetos mais avançados.

Assim que a ferramenta estiver pronta, passaremos o site do ICO para vivenciar um modelo totalmente novo, tirando aquele ambiente não-colaborativo. Algo de ponta, ao estilo da nova fase de colaboração. Conto para isso com sua sugestão e comentários!


Comentário

O artigo fala de como a sincronia entre Sistemas gestores e Sistemas interativos estão caminhando, e exemplifica o caso de um site no qual ele é coordenador, o ICO (Instituto de Inteligência Coletiva).

É interessante, que ele coloca as estapas da internet e as define, e desta forma você pode identificar em qual fase a sua se encontra e quais são os passos que deverão ser seguidos para chegar a um nível de internet, onde haja a real interatividade.
Não basta ter esta visão da interatividade, se não existir esta cultura dentro da organização.

Pois as sugestões, e-mails e comentários dos seus diversos públicos (interno e externo) devem ser lidos, analisados, refletidos e posteriormente colocados em prática.

Este artigo frisa ainda mais a questão: inovar por inovar, não é inovação!
Não basta ter um site bonito que possibilita ''n'' opções, se você/empresa não estiver preparada e consciente do poder desta ferramenta.

E esta é uma consciência que deve crescer e acompanhar o ritmo de evolução das ferramentas que estão sendo utilizados.


Postado por Andrea, Amanda, Flávia e Marianne*

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Mapa da Exclusão Digital

Apenas 12,46% da população brasileira tem acesso a computadores e somente 8,31% estão conectados à Internet. A maioria destes poucos incluídos digitais, cerca de 97%, se concentra na área urbana, acentuando ainda mais o desnível e deixando as zonas rurais praticamente na escuridão digital. Estes percentuais expõem o cenário de exclusão digital em que vive grande parte da população brasileira.
Os resultados fazem parte de um estudo que deu origem ao Mapa da Exclusão Digital. A iniciativa pretende servir como referência para a definição de estratégias para sua superação, influenciando políticas públicas, investimentos de empresas privadas e ações das ONGs. O mapa, que levou dez meses para ficar pronto, é fruto de uma parceria entre o CDI – Comitê para a Democratização da Informática, a Fundação Getúlio Vargas, a Sun Microsystems e a USAID – The United States Agency for International Development.
O Mapa da Exclusão Digital é o primeiro estudo que traça perfis nos diversos segmentos da sociedade no que diz respeito ao acesso às tecnologias da informação e comunicação, levando em consideração não apenas o capital físico (a máquina, os softwares), mas também o capital humano (educação e capacitação) e social.
Um dado curioso, levantado pelo estudo, é o acesso a tecnologia por etnia. Os amarelos (descendentes de orientais) são o grupo com maior acesso proporcional (41,66%). Os brancos ocupam o segundo lugar com 15,14%, seguidos pelos pardos (4,06%) e os índios (3,72%).
Dados do Sistema de Avaliação do Ensino Básico, do Ministério da Educação, que também fazem parte do Mapa, revelam que o desempenho de alunos é melhor entre os estudantes que têm computador em casa. O mesmo ocorre com crianças e jovens que contam com acesso doméstico à Internet. A nota dos alunos que têm computador em casa é 17% maior em Matemática e 13% maior em Português, por exemplo. O documento, que será atualizado anualmente, contêm ainda um banco de dados amigável através do qual organizações, estudantes, pesquisadores e gestores de políticas públicas poderão colher informações em diversas modalidades em nível municipal, estadual e nacional. O inteiro teor da pesquisa está disponível para download no site http://www.cdi.org.br/
Os cinco Estados MAIS incluídos:
1º Distrito Federal
2º São Paulo
3º Rio de Janeiro
4º Santa Catarina
5º Paraná

Os cinco Estados MENOS incluídos:
1º Maranhão
2º Piauí
3º Tocantins
4º Acre
5º Alagoas


Fonte: Boletim Informativo do Comitê para Democratização da Informática – Maio/2003 – Ano 2 – nº 12

Comentário:
Computadores são caros e muitas vezes as pessoas não tem informações de como manipular. Mas se tornaram ferramentas indispensáveis para qualquer tipo de atividade, a ponto de ter sido criado o termo ''exclusão digital'' para mostrar que a falta de acesso a noções de informática não terão as mesmas chances de trabalho, desenvolvimento profissional e social.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A sociedade está pronta para a Web 2.0?

Fui almoçar com um professor da Universidade Federal Fluminense.
Ele é um dos entusiastas do uso das redes sociais na UFF e está experimentando o Orkuff, projeto que utiliza o Icox, software livre para criação de redes sociais. Pois bem, discutimos como foi o primeiro semestre, no qual ele abriu uma comunidade para que os alunos de sua turma administração participassem.


Professor - Nepô, os alunos não estão participando, preferem o Orkut. Eu - Você alterou algo na sua disciplina para que eles participem? Professor - Não, a estrutura é mais ou menos a mesma. Nepô – Talvez aí esteja o problema. Saí pensando sobre o assunto e estou cada vez mais convencido que não adianta querermos implantar um novo paradigma de comunicação das redes sociais em estruturas hierárquicas e verticalizadas, como tradicionalmente é o caso de uma universidade.


No livro O Lado Oculto das Mudanças - A Verdadeira Inovação Requer Mudança de Percepções, de Luc de Brabandere, o autor diz uma verdade muito inquietante. Primeiro, precisamos mudar a maneira como vemos o mundo para depois conseguir alterá-lo. Assim, a prática de instalação do Icox, na UFF e em outros locais, tem demonstrado que não basta uma ferramenta Web 2.0 em uma escola ou empresa 1.0. Ou se muda a empresa e a escola, construindo uma nova maneira de organizar a estrutura, ou os projetos Web 2.0 serão muito interessantes, bonitinhos, modernos, mas tendem ao fracasso.

Notem que o Orkut, por ser implantado na rede, aterrissou em cima de uma estrutura física inexistente, reunindo pessoas e criando uma nova forma de organização social, na qual o conteúdo vem de baixo para cima. As pessoas passam a ter uma identidade, definem gostos e dizem com quem querem se relacionar. Ao migrar esse conceito para estruturas reais, obviamente haverá uma falta de sintonia entre a organização na web e a que existe fora dela. Uma coisa passa a não rimar com a outra. Claro que já existem empresas que trabalham mais em rede do que outras e essas terão mais facilidade, mas, de qualquer forma, a liberdade de participação nas pontas é um choque cultural gigantesco. (A IBM, por exemplo, está vivendo um projeto desse tipo e acaba de lançar o Lotus Connections, que é apenas um Orkut para grandes empresas.)


Assim, projetos Web 2.0 não são tecnológicos, mas culturais, de gestão, que deve envolver uma reflexão de toda a organização e não apenas mais um projeto “da galera da informática” ou “da gestão do conhecimento”, ou “do Recursos Humanos”. Não basta instalar uma ferramenta. No fundo, estamos diante de um impasse. Uma nova geração está vendo como é bom e produtivo estar em um ambiente como o Orkut, mas a escola, a empresa e a própria sociedade não estão preparadas para essa nova realidade. Agora é um problema de cabeça e não mais tecnológico, já que o Icox, por exemplo, está na rede e é de graça!


Diante disso, tenho tentado em outro projeto no curso de MBA em Gestão de Conhecimento Crie da UFRJ repensar a própria escola. Neste semestre, os alunos fizeram como trabalho de final de curso o que seria a tal Escola 2.0. Podemos dizer que não sabemos exatamente o que será, mas já temos algumas pistas do que com certeza não pode mais ser, a saber:

* Por que uma turma que sai de uma disciplina não deixa nada para a nova que vai entrar e por que não continua acompanhando as novidades, caso queira, em um ambiente virtual?

* Por que os alunos não podem ler o trabalho dos outros alunos entregues hoje apenas para o professor, ampliando a responsabilidade do professor ao dar nota e do aluno ao publicá-lo?

* Por que os novos alunos não podem melhorar o trabalho dos ex-alunos?

* Por que todos os alunos e professores não podem ampliar os links, bibliografias, vídeos, áudios, num processo contínuo, criando algo como a “disciplina que aprende”, durante e depois do curso?


* Por que disciplinas com o mesmo conteúdo em outras instituições não podem compartilhar o mesmo assunto, criando um anel de conhecimento multi-instituições?


Ou seja, como disse Pierre Lévy na sua entrevista, nessa visita recente ao país, em agosto de 2007, acredito que a web veio para mudar o mundo e construir uma nova sociedade. Qualquer coisa diferente disso, infelizmente, ou felizmente, vai se mostrar capenga e não vai dar certo! Se não é para mudar de fato, sugiro não se mexer com a Web 2.0. Vai ser gastar tempo e dinheiro e o tiro pode sair pela culatra!

(15 de agosto de 2007, 18:58)

Por:
Carlos Nepomuceno


Fonte:
www.mundomarketing.com.br

COMENTÁRIO:


Vejo que a cada dia construímos novas maneiras de organizar a estrutura, a sociedade e nosso dia a dia. Tentamos andar avançando, buscando estar a frente de lançamentos, tecnologia, porem muitas vezes o que nos faz ficar para traz é nossa mente, mente essa que reluta em buscar algo novo e diferente.

A conclusão está nessa frase:

“Não basta instalar uma ferramenta. No fundo, estamos diante de um impasse. Uma nova geração está vendo como é bom e produtivo estar em um ambiente como o Orkut, mas a escola, a empresa e a própria sociedade não estão preparadas para essa nova realidade”

Então lanço minha pergunta: Porque não se preparar para essa nova realidade ?

Marianne, Flávia, Andrea e Amanda*

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Tecnologia assistiva para o acesso universal ou acesso universal às tecnologias?

Seria possível pensar numa inclusão social a partir de uma inclusão digital? Seria ou será possível que, neste nosso mundo do global e das desigualdades se acirrando ainda mais, superaremos os abismos que separam os que têm acesso às Tecnologias de Comunicação e Informação dos sem-computador, sem-net, sem-participação social econômica ou política?

Segundo Jeremy Rifkin, estamos entrando na Era do Acesso, onde uma economia hipercapitalista faz e fará com que comprar e ter propriedades serão coisas do passado. Para este autor de best-sellers sobre o futuro do mundo econômico e das revoluções digitais, por exemplo, os ciclos de vida dos produtos tecnológicos vêm diminuindo em todas as indústrias. Antigamente, para nós, chamados de anacrônicos utópicos, os produtos eletromecânicos duravam décadas. Você se lembra daquela velha máquina de escrever, onde eu e vocês "catávamos milho"? Deixamos ela mofar no armário dos porões... ou, pior, jogamos no lixo. Hoje, ironicamente o diretor de Tecnologia da Microsoft, Natham Myhrvold, nos joga na cara: "Não importa quanto um produto seja bom, você tem apenas 18 meses até ele ser um fracasso". Vem aí o lixo high-tech. Jogue aqui seu velho PC.

Daí a lógica do mercado hipercapitalista de que seu maior concorrente passa ser você mesmo. Você será mais um no Big Brother a ser eliminado, de forma naturalizada, e até premiado com um carro novinho (que deve durar apenas um ano, até o próximo recall). O chip que está dentro deste meu computador, da Intel, já está obsoleto, pois esta empresa, por exemplo, trabalha com três gerações de chips ao mesmo tempo. Enquanto eu continuo a pensar Pentium I, escrever com Pentium II, já estava à venda o Pentium III. Velocidade e tudo se torna obsoleto, velho.

Dentro deste panorama, ainda sonho com os recursos tecnológicos de ponta? Como brasileiro, continuo sonhando com os recursos usados em tecnologia assistiva, naturalmente oriundos do Primeiro Mundo, para que alguns "paralisados cerebrais", que nunca emitiram um único som ou palavra, sem grande e sensível esforço, pudessem se comunicar e dominar os macro e micromundos que os cerceiam. Mas, ao navegar pelas ondas infinitas do ciberespaço, buscando novidades tecnológicas para deficientes, muitas vezes me lembro de um filme: Gaby – uma história verdadeira, que muitas vezes exibo como parte de conscientização sobre as paralisias cerebrais. Nele uma mulher com DEF (Distúrbio de Eficiência Física), Gaby, após muitas barreiras, consegue chegar à universidade, atravessando a escola especial e a regular, contando sempre com uma fiel empregada-companheira e uma máquina de escrever. Uma velha máquina de escrever mecânica, digitada com o dedo do pé. Aliás, ela também tem uma prancha de comunicação. Um simples pedaço de madeira que contém o alfabeto pintado. Foi Gaby que inspirou um webmaster brasileiro, deficiente físico, paralisado cerebral, pernambucano, Ronaldo Correia Jr, a criar uma prancha que o levou ao computador, do computador à Internet, de lá à criação de sites, como o seu Dedos dos Pés. Um caminho das chamadas baixas (low) para as altas (high) tecnologias. Porém só uma diferença permanece entre o Ronaldo e a Gaby. Ela consegue, no México, entrar e sair da universidade; aqui, o Ronaldo foi até o segundo grau, onde foi barrado por sua condição humana e quadriplegia. Conheçam pessoalmente sua história no site criado e mantido, com todas as dificuldades e pedras no caminho. Visitem: www.dedosdospes.hpg.ig.com.br.

Mas pra que contar toda esta história? Apenas para situar os milhões de outros Ronaldos que ainda nem acesso a velhas máquinas de escrever têm tido por aí. Louvemos os esforços para a democratização dos meios e recursos tecnológicos, dos governos, das empresas, das ONGs e dos muitos defensores da inclusão digital. Porém a nossa realidade ainda se situa bem próximo ou abaixo do que estamos precisando. Embora contando com muito poucos avanços no campo da distribuição e universalização das tecnologias dedicadas a pessoas com deficiência, temos um dos melhores campos de pesquisa e investimento nas descobertas e aprimoramentos destas tecnologias na América Latina, principalmente nas universidades públicas.

Teremos, pois, infelizmente, de falar em exclusão digital por vários anos. E, mais ainda, de combatê-la. Se, para os não-deficientes, estimamos uma exclusão da Internet de mais de 100 milhões de cidadãos brasileiros, multipliquemos para os chamados 10% destes cidadãos com deficiência, os 10 milhões de deficientes, com uma média de 5% deles sem nenhuma forma de acesso às tecnologias, inclusive o telefone.

Portanto é mais que urgente a retomada do direito à universalização de tecnologias, aí pensadas desde as materiais até as simbólicas. Precisamos das tecnologias assistivas, dos recursos de comunicação alternativa e aumentativa, para todos e muitos deficientes. Mas também precisamos de uma conscientização dos políticos e dos empresários sobre os investimentos para a socialização destes recursos. Precisamos de uma afirmação de direitos garantida pelos diversos atores sociais implicados com a questão, principalmente os ditos "militantes", para que políticas públicas viabilizem o que foi difundido e proclamado, como, por exemplo, na Oficina para a Inclusão (www.inclusaodigital.org.br), promovida pelo governo federal, em Brasília, que completará um ano em 14 de maio, com premissas, diretrizes e propostas para a inclusão digital da pessoa portadora de deficiência. Dentro das premissas gerais está a resposta à primeira pergunta deste editorial: "1. A exclusão digital aprofunda a exclusão socioeconômica". Para tal foram elaboradas algumas propostas ligadas às pessoas com deficiência, equipamentos especiais e acessibilidade, destacando-se: "Fomentar a criação de linhas de produtos especializados (com tecnologia de baixo custo) que atendam aos portadores de necessidades especiais".

Enfim o que afirmamos é o cumprimento destas metas, o que precisamos é a realização das propostas, com participação efetiva e democrática de todos. Aí , talvez, estaremos indo além dos discursos e caminhando, juntos para enfrentar as muitas armadilhas na Era do Acesso, que, segundo Rifkin "o acesso tornou-se o bilhete de ingresso para o avanço e para a realização pessoal, sendo tão poderoso quanto a visão democrática foi para gerações anteriores". Acessar, hoje em dia, diz respeito a quem pode ser incluído e quem será excluído.

Não podemos continuar barrando as cidadãs-Gaby e os cidadãos-Ronaldo, mesmo fornecendo-lhes recursos de tecnologia de ponta para sua suposta inclusão social. Precisamos ir, juntos, para além das exclusões...

Que tal escrevermos juntos uma mesma frase: desigualdade nunca mais!

Por:
Jorge Márcio Pereira de Andrade é presidente do DefNet.

Fonte:
http://www.cidec.futuro.usp.br/artigos/artigo9.html


COMENTÁRIO:

O cenário atual no Brasil está caminhando para que não exista essa desigualdade, porem ainda vejo a exclusão digital por muito tempo, e cabe não só ao governo, mas a população buscar interesse nesse meio de comunicação, para que caminhemos para um futuro com mais facilidade, praticidade e com a comunicação mais eficiente. Mas vejo outro problema além disso, veja o problema da segurança da informação digital, muitas pessoas podem ser vitimas sem mesmo saber ou mesmo ficar longe da informação digital com medo de perder seu dinheiro no banco, perder suas informações, etc... Eu mesma conheço pessoas atuais, e que mesmo com informação, não usa o computador, ou mesmo se usa, nunca usou o site de seu banco com medo de ser roubado. Vejo que temos que incluir na era do acesso digital juntamente com a era da segurança digital, são inclusões que devem ser tratadas em andar paralelo e de extrema importancia para nosso dia a dia.

Marianne, Flávia, Amanda e Andrea*
Avaliando resultados de seu e-mail marketing


A análise de relatórios de envios é importante para avaliar o sucesso de sua campanha, corrigir erros, fazer ajustes e tomar novas ações a partir dos resultados obtidos. Portanto, quanto mais detalhados forem seus relatórios, mais precisão você terá para tomar o rumo certo de seu investimento.Seja seu objetivo aumentar as vendas, fidelizar seu cliente ou apenas entregar informação, o caminho que sua campanha de e-mail marketing deverá percorrer até alcançá-lo é longo.

Você vai construir sua lista de contatos, definir o conteúdo de sua newsletter, trabalhar o design de sua mensagem, escolher um assunto estratégico, programar a data e hora do envio, ufa! Estamos apenas no começo!Após acionar o comando de envio de seu sistema de e-mail marketing, começa uma nova trajetória para sua campanha. Sua mensagem percorrerá inúmeros servidores, filtros anti-spam, e-mails inválidos, reclamações de SPAM (sabemos que são injustas!), caixas-postais cheias, etc.

Você precisará de todos os recursos possíveis para análise de seus resultados e saber onde, como e que reação sua mensagem provocou em seu público-alvo.Vejamos alguns relatórios importantes a serem considerados e o que podemos fazer para melhorá-los. Relatórios de e-mails rejeitadosNormalmente, o índice de e-mails rejeitados de uma lista de permissão fica na faixa de 1 % a 4 % do total de e-mail enviados. Se sua campanha teve um índice muito acima da média, algo está errado.

Verifique, em seu relatório de e-mail rejeitados, os motivos de rejeição, que podem ser: usuário inválido, caixa postal cheia, domínio inválido, e-mail inválido. Em sistemas mais avançados, é possível identificar e-mail inválidos no momento da importação de sua lista. Se você constatar um grande índice de domínios e usuários inválidos, você provavelmente está trabalhando com e-mail antigos, desativados ou simplesmente mal digitados.

O ideal, neste caso, é você identificá-los e desativá-los, o que deverá diminuir sua taxa de rejeição no próximo envio.Relatórios de Opt-outs (descadastros)As pessoas optam pelo descadastro por vários motivos. Os motivos principais são: recebimento não autorizado (sem permissão), conteúdo irrelevante ao usuário e freqüência muito alta. Se sua campanha está gerando muitos descadastros, descubra os motivos através de relatórios de descadastro por motivo, estes serão extremamente úteis para você reformular seus planos relativos a conteúdo, freqüência e segmentação.

Relatórios de VisualizaçõesUm índice de visualizações de uma campanha de e-mail marketing bem elaborada fica em torno de 20%. Essa é uma média muito boa. Para chegar a esse índice, são dois os fatores que influem na decisão da visualização de sua mensagem: credibilidade e relevância. Para obter um bom percentual de visualizações, planeje com cuidado duas coisas: o assunto de sua mensagem e o nome do remetente. São eles que irão despertar o interesse de leitura. A credibilidade está no nome do remetente e o interesse (relevância) está no assunto, que deve ser objetivo e resumir o conteúdo da mensagem.

Relatórios de CliquesTalvez seja esta a ação mais desejada em um envio de e-mail marketing. O clique leva seu assinante a visitar sua empresa em segundos! Quer coisa melhor? Esta é uma das grandes vantagens do e-mail marketing, trazer o internauta até sua porta, mesmo que ela seja virtual!A dica para obter o maior número de cliques possíveis é simples: despertar o interesse em saber mais. Para isso, você deve despertar a curiosidade em seu assinante.Caso você esteja enviando uma notícia, coloque um resumo ou apenas primeiro parágrafo e convide seu assinante a ler o restante em seu site.

Se você está enviando uma promoção, coloque um link ou botão para um hotsite ou página da promoção com chamadas estratégicas como “veja os prêmios que esperam por você, acessando www.promocao.com.br” ou ainda “descubra as vantagens de ser nosso cliente, acesse...”.
(14 de agosto de 2007, 13:41)

Por:
Eduardo De Zorz

Fonte:
http://www.mundodomarketing.com.br/

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O primeiro computador pessoal foi o MITS Altair 8800(e nem existe mais), mas o Apple é o mais lembrado. Pouca gente lembra ou sabe disso, mas nem precisa, né? O Altair nem existe mais.
Uma das máximas brasileiras diz que não temos memória. Esquecemos rápido. Ainda tem gente assim. Mas o cenário está mudando. Se você pensar bem é mais fácil lembrar de algum político pelos seus erros que pelos acertos. "Bocado comido, bocado esquecido" - diz a sabedoria popular. Mas um dos maiores sábios da filosofia política que já apareceu no mundo tem uma justificativa bem interessante para que as pessoas não esqueçam algo que lhes aconteceu.
Segundo Nicolau Maquiavel as pessoas podem até perdoar a morte de um parente, mas dificilmente esquecerão a fortuna que lhes foi surrupiada. Ou seja, o negativo é absorvido mais rápido por conta de uma auto-defesa. Mas, e quando o objetivo é buscar um outro lado? Como funciona?
Puxando para o lado positivo, uma das Leis do Marketing diz que é mais importante 'ser o primeiro na mente, que o primeiro no mercado'. Depois que o seu nome entra na mente do cliente, dinheiro só não basta para mudar sua opinião. É simples. Uma imagem foi construída de forma positiva e focada em resultados bons, a outra é o contrário. As duas estarão na mente do cliente, mas só uma ganhará seu dinheiro. Advinha qual?
Pessoas não gostam de mudar de idéia'. Depois que o percebem de um jeito, podem até mentir para lhe agradar, mas depois voltam às suas convicções. Mudar uma mente, depois que ela se decidiu, nem sob tortura.
A Xerox é a primeira na mente em copiadoras. Tentou entrar no ramo de computadores. Dois bilhões de dólares depois desistiu. A IBM tentou entrar no ramo de impressoras. Tempos depois a Lexmark (empresa da própria IBM) foi vendida. As pessoas continuavam a comprar a HP. Por que? Bons atributos da marca, imagem.

Num computador mudar imagem é possível. Basta apagar o que existia antes e colocar o que você quer que ele guarde. Pronto! Resolvido! Mas com o ser humano não é assim. Se quer impressionar sua clientela, não se insinue na mente deles para estabelecer uma opinião. A mente não funciona assim. Pessoas não gostam de mudar de idéia. Depois que o percebem de um jeito, é aquilo e ponto final. Parece que guardam você na memória como um certo tipo de pessoa. Para elas, você não vai mudar. Nunca!

Mas existe uma maneira dentro das leis do marketing onde essa transformação é possível. Basta tornar-se um tipo diferente de pessoa na mente de outros indivíduos, para que o testemunho deles supere a minoria. Isso ocorre através do 'efeito de adesão', descrito em muitos livros de psicologia. Se descobrirem que estão fora da sintonia com a maioria, às vezes mudam de idéia. Mas para eles não foi você quem fez isso - foram os outros.
Este é um dos mistérios do marketing. Numa situação, poucos reais podem operar milagres. Em outras situações nem um milhão deles pode salvar a imagem de uma pessoa. O importante é trabalhar a imagem com a mente aberta. Lembre-se: 'a coisa mais inútil em marketing é tentar
mudar a idéia de uma pessoa'.
A história mostra a verdade. O primeiro computador pessoal foi o MITS Altair 8800(e nem existe mais), mas o Apple é o mais lembrado. A Dumont fez o primeiro aparelho de tv; a Hurley fez a primeira máquina de lavar; o UNIVAC da Remington Rand foi o primeiro computador de grande porte; a Duryea fez o primeiro automóvel. Agora liste rapidamente: quais são as marcas que estão na sua mente agora para cada produto citado? Qual a imagem que tem delas? Porque gostaria de adquiri-las? Não esqueça : Se não dá para ser o primeiro, tente ser o mais lembrado. Já é meio caminho andado ou para cima ou para baixo. Depende de como a sua imagem está construída.
Por isso pouco adianta discutir religião, futebol e política. Trocar idéia sim, mas tentar mudar de idéia.. quase impossível. "O marketing não é uma batalha de produtos ou pessoas. É uma batalha de percepção. " Assim sentenciam All Ries e Jack Trout no excelente livro – As 22 Leis do Marketing (Makron Books).
Por Luis Sucupira
06 de Setembro de 2007
COMENTÁRIO:
Analisando do texto acima, vejo claramente um objetivo do MKT em que não olhamos diretamente: mudar o gosto do cliente.
Cliente esse que não tem memória mas que tem apego para algo que serviu ou mesmo serve para ele, mesmo mostrando algo melhor, a dificuldade maior é convencer ele sair da escolha já feita.
Tudo afeta essa escolha, valores, padrões, modo de vida, mas o que mais influencia é muitas vezes o correr o risco de tentar algo novo, conforme dito popular: "time que está ganhando não se mexe".
Marianne, Flávia, Amanda e Andrea* (10/09/07)
O usuário entra por onde bem entende
Muitos sites precisam rever seus conceitos e arrumar os porões e as portas dos fundos.Com o avanço de novas tecnologias e o crescimento da busca, alguns especialistas chegam a pregar a morte da “homepage”, considerando que o usuário entra nos sites por qualquer parte, por onde desejar.Há alguns anos, nos primórdios da internet, muitas empresas chamavam seus sites de “homepages”. Era muito comum a clássica frase “coloquei a homepage da minha empresa na internet”.

O conceito de página principal ficou tão forte, que se tornou um sinônimo de site.Até mesmo nos dias atuais, em grandes empresas, a preocupação com a página principal é tão grande que as outras partes ficam esquecidas. É muito comum encontrar páginas internas que não cumprem seus objetivos, pois muitas vezes não são encaradas como potenciais portas de entrada.Alguns dos maiores sites de mídia americana têm mais de 50% de tráfego direcionado para outras páginas de entrada (vindos de sites de busca, blogs, etc). Há poucos anos, a home era responsável por cerca de 80% das entradas.No caso do Webinsider, a home representa 20% dos acessos (que pode ser entendido como o público mais fiel ao site, que entra pelos Favoritos ou digita diretamente o endereço no browser).

A estratégia de fazer uma capa ainda vem de uma associação com jornais ou revistas. A idéia de que existe um início de tudo, com destaque para todos os caminhos possíveis nem sempre é verdade. Muitos se esquecem que um ambiente interativo envolve a escolha do usuário, inclusive por onde ele deseja entrar.Para mudar esse conceito, é preciso analisar cada parte como um potencial de direcionar o usuário para aprofundar seu interesse. É preciso entender o conceito do site a partir de qualquer lugar, através de destaques e informações cruzadas que levem aos objetivos. O ambiente nunca pode ser encarado de forma seqüencial. O usuário pode vir de qualquer lugar, chegar onde quiser e sair, ou continuar seu caminho.Através de RSS, não é mais preciso passar pela home para ver as novidades. Com a busca, cada um procura o que quer e cai em qualquer parte. Raramente a home tem mais relevância no assunto que áreas internas especializadas, com espaço para aprofundar.No caso de ações de e-mail marketing e campanhas, há maior controle em relação à porta de entrada, que também tem um foco específico, fugindo do generalismo da home. Em muitos outros casos, há grandes surpresas ao analisar estatísticas de páginas de entrada.Pode-se ir até mais profundamente na discussão.

Na verdade, não só a primazia da home está em cheque, mas também o próprio conceito de página.Com tecnologias como Ajax, toda a experiência pode acontecer em um único local, sem sair do lugar. Dessa forma, a chave não é mais a página em si, mas sim a interação. O próprio conceito de site deve ser visto a partir do lado de fora, e não a partir de si mesmo. Dessa forma, pensar que existe um único ponto de partida pode ser um grande equívoco.

Por:
Daniella Morier

Fonte:

http://www.mundodomarketing.com.br/